O atendimento de clínica médica, juntamente com o de clínica psiquiátrica, é realizado uma vez por semana, dentro do próprio Centro Terapêutico, direcionado ao tratamento do quadro fisiológico e orgânico de cada residente. A intervenção médica é primordial, em função do tratamento das complicações clínicas decorrentes do consumo de drogas, desde casos mais leves até encaminhamento de casos mais complexos e graves para tal, são exigidos no início do tratamento exames laboratoriais completos que orientam estes procedimentos. Quando preciso, é solicitado atendimento de urgência, seja através do SUS ou de plano de saúde, caso o residente o tenha.
A intervenção psiquiatra ocorre através da indicação de exames e prescrição de medicamentos, de combate a síndrome da abstinência, ou de sintomas de (co)morbidades terapeutas que possibilitam a segurança no processo de desintoxicação e manutenção da abstinência de substâncias psicotrópicas e a orientação para o tratamento terapêutico. A partir do diagnóstico médico, com o auxílio da enfermagem, ocorre à apropriada intervenção farmacológica, em função da prevenção do sofrimento e da manutenção da integridade física e psíquica do indivíduo em tratamento.
É de responsabilidade do graduado em enfermagem o aconselhamento e a motivação para o tratamento da dependência química, bem como o auxílio na triagem e na orientação à saúde. É de responsabilidade do setor, executar procedimentos de desintoxicação ambulatorial para o devido manejo de medicamentos, proceder orientações sobre a síndrome da abstinência, encaminhar exames laboratoriais e fazer o acompanhamento do residente em todas as fases do tratamento.
São da responsabilidade do setor de nutrição: fiscalizar as ações do cozinheiro, na preparação da alimentação dos funcionários e residentes; planejar, organizar, supervisionar e avaliar os serviços de alimentação e nutrição gerais; realizar treinamentos com funcionários e implantar métodos de controle de qualidade de alimentos; definir o cardápio; elaborar lista de compras de acordo com o número de residentes; supervisionar a produção de refeições e orientar a forma correta de manipular alimentos e de higienizar adequadamente utensílios e instalações físicas da cozinha para garantir a qualidade do serviço, promovendo a saúde e a melhor qualidade de vida.
Cabe ao Educador Físico: orientar, ministrar, dinamizar e avaliar procedimentos na prática de exercícios ginásticos preparatórios e compensatórios às atividades laborais e do cotidiano; avaliar, observar e realizar análises biomecânicas dos movimentos e testes de esforço dos residentes; prop atividades físicas, exercícios ginásticos, atividades esportivas e recreativas, aulas e técnicas especiais que contribuam para a manutenção e prevenção da saúde e bem-estar do residente.
O atendimento de terapia ocupacional ocorre através de atividades de vida diária, laborativas e de lazer junto ao residente e visa estimular às habilidades cognitivas, perceptivas, motoras, a comunicação, a relação interpessoal e intrapessoal, a busca por novos interesses, o controle da ansiedade e a elevação da autoestima dentre outros componentes. Os atendimentos são desenvolvidos individualmente (quando necessário) e através de grupos operativos com atividades cognitivas, atividades lúdicas e temáticas e atividades laborativas.
O psicólogo é responsável pelo acompanhamento dos residentes através da psicoterapia individual e em grupo (Grupo de Relaxamento e Sensibilização - oficina terapêutica do corpo); Grupo de medicamentos e Orientação em Saúde; Grupo de Motivação (sempre em consonância com reuniões sobre prevenção de recaída) e Grupo de Família. Com exceção do atendimento individual, realizado somente pelo Psicólogo, os trabalhos em grupo são realizados em conjunto com outros profissionais numa perspectiva interdisciplinar.
O profissional de serviço social trabalha na perspectiva da construção de uma nova cultura e conhecimento da realidade da droga e drogadição, ao mesmo tempo que incentiva a participação das famílias como protagonistas no processo de tratamento e recuperação do dependente químico. Participa das abordagens às famílias e aos residentes acolhendo-os e orientando-os mediante ações socioeducativas de educação em saúde, nas singularidades da saúde mental e da dependência química.
O conselheiro em dependência química, atua no tratamento e na recuperação do residente integrado à equipe interprofissional na área de saúde mental e se constitui uma referência para orientar, atender e encaminhar o dependente químico, adequando-o ao tratamento. São de sua responsabilidade: acolher os residentes na internação e nas intercorrências; acompanha-los nas atividades em grupo, nas reuniões de espiritualidade matinal, de mútua ajuda e de NATA (que simula reuniões de NA ou de AA); acompanhar a elaboração dos módulos de estudo e de aprofundamento dos Passos (mediante leitura do décimo, quarto e quinto passos da metodologia dos 12 passos), com vistas às suas recuperações; ministrar temáticas sobre o programa dos 12 passos ou temas pertinentes à dependência química e a prevenção de recaída e; aconselhá-los nas demandas individuais com disciplina e ética.